segunda-feira, 1 de outubro de 2007

Sou da Geração pós...Com muito gosto.


Sou da Geração pós...Com muito gosto.

Se um dia cruza-se no meu caminho o mago Teofilo


e pelas circunstancias, opta-se por transformar-me num animal,


escolheria ser este




Desculpem lá, todos aqueles que até agora procuram garantir o nosso futuro, com o ponteiro virado para passado glorioso. Sem ofensa mas parecem por vezes padecer, da hipnose colectiva dos adeptos do Benfica (de Portugal) que fazem questão de lembrar os feitos dos águias, no passado. Pelo que se sabe, pela leitura de alguns biográficos e testemunhos recolhidos, Amilcar Cabral era benfiquista. Corrijam-me aqueles, que aprofundaram mais nas investigação sobre a vida desportiva de Cabral. Também se dizia que era um bom extremo. Direito ou esquerdo, não sei, mas conta-se também que foi jogador de águia ao peito. Ah, aceito correcções, para esta passagem também. Agora de uma coisa eu tenho a certeza, Amilcar Cabral, não foi um mago. Aliás é, uma das únicas virtude que o nosso líder, nunca reuniu durante a sua existência.

Do resto, tanto para aqueles que leram como para aqueles que não leram, o homem, foi excelente em tudo. Quem é da minha geração, deve-se lembrar de certeza, dos dois exemplos de alunos da escola Piloto. O Lai e a Brinsam. Eram excelentes em tudo. E o que se passou ao longo destes trinta e quatro anos foi, ao meu ver, o Lai ter se deixado enganar pelo Ntori Palan( que é sem duvida uma personagem pós...), mas isso são outras estórias que numa próxima oportunidade contarei. Agora que o pai da nacionalidade guineense, foi assassinado, um ano antes de completar meio século, isso sabe-se através de um dos registos de nascimento, a de Bafata pelo menos. Porque já como qualquer guineense, já ouvi também que existe um outro registo de nascimento, do pioneiro da nossa independência. Por estas e mais razões, decide trazer para este artigo, um simples olhar, de como seria BOM, se Amilcar Cabral fosse um mago.

Sim mago, como o famoso Teofilo. Isto porque, procuro por vezes (embora sem sucesso) justificar a mi mesmo, o que seria se não tivesse nascido guineense. Procuro também por vezes, fazer a contra-natura de me imaginar, com direito de opção sobre a minha naturalidade. Um dia, tive uma discussão calorosa, com um meu conterrâneo, ficou-me registado para sempre esta passagem da opinião dele. “A nacionalidade é um papel”. Esta frase faz-me lembrar o jornal mais famoso do pós-independência. O famoso “Jornal di Tabanka”. Claro que não tinha tiragens em papel como o “Nô Pintcha”, e muito menos era vendido ou comprado por alguns miseres pesos. Foi o primeiro jornal gratuito de que ouvi falar. E lembro-me também da noticia, que ocupou a primeira pagina, durante muito tempo, naquilo que considero o mais poderoso meio de comunicação, da Guiné até os dias de hoje. As machetes dessa altura que aqui retracto, eram sempre, “Teofilo tranforma a galinha em vaca...”ou “Teofilo transforma o cão em gato...” imagina caro leitor, o poder desse homem, que conseguiu transformar, arqueinimigos naturais, como o cão e o gato.

O Teofilo tinha o dom, de modificar as espécies. Arrisco mesmo a escrever, que de certeza não exista hoje, guineense da minha geração, que viveu na Guiné, possa dar-se ao luxo, de não se lembrar desta personagem, o mago Teofilo, sempre noticiado no Jornal de Tabanka. E por tudo isso trago para esta estória, a machete, que mais me impressionou e sempre me inquietou.
“Teofilo bidanta pekadur, purku...” ou “Teofilo transforma, pessoa em porco...”
Lembro-me como ontem, dessa essa notícia e como circulou numa velocidade Luz, com exclusivo duração, de várias semanas, ocupando até destaque em alguns “kanais” da capital. A Noba era esta:

“Um certo dia, com a parte da manha já desenhando o seu final, tendo o Sol assumido a posição alta e quente, nos céus de Bissau, um Alto Dirigente, teve a infeliz ideia, de lançar um piropo a uma rapariga, cujo os trajes, ostentavam a cor vermelha da roupa interior, que trazia vestido, com a ácida frase...
ü Djubidê nu-bdadi...Badjuda sinho abô bu stá nu...
A rapariga tinha acabado de sair da aula, que frequentava no Liceu Nacional e estava acompanhada de um rapaz...E esse jovem rapaz dava-se, pelo nome de Teofilo...
A provocação do Alto Dirigente foi respondida, com estas palavras da rapariga
ü Desavergonhado, porque não dizes a tua mãe...Tu é que compras a minha roupa...Atrevido, afadidê nha papé...eu visto o que bem intender e quero...
A resposta da rapariga estimulou, uma reacção violenta da parte do alto dirigente, que arrancou, com toda a força sobre o casal e, optou por bofetear, a tal rapariga, fazendo depois a suprema consideração:
ü Nkuda vocês miudinhas de Bissau, confundem Liberdade com Libertinagem...

Houve no entretanto, alguns que avançaram na altura, com a versão de que no local, alguns populares, tentaram a todo custo, dar sinal e segurar o Alto Dirigente, no intuito de evitar, aquele despropositado procedimento ou reacção, violenta...Mas que o homem foi tão rápido que eco da bofetada, tinha já se encarregado de silenciar, todo o espaço circundante da acção...Pois esses populares, tinham dado conta de que, quem caminhava ao lado da rapariga era o famosíssimo mago Teofilo... Pois foi tarde demais, os que assistiram e contaram: disseram que de repente viu-se um porco a correr de um lado e de outro...Desaparecendo por completo a figura humana do alto dirigente, trocado em porco...E dizem ainda que o ritmo do acontecimento sucedido foi num Flash, de piscar o olho...

Mas a estoria teve um final feliz, porque a grande sorte, do desgraçado porco, foi que no preciso momento, estava a passar uma mulher-grande, que dando conta da transformação do homem em porco...Interveio tirando o lenço que cobria a cabeça e os cabelos em tons de lã de Poilão, rogando ao Teofilo:
ü Pape tem pacenssa na pidiu purda... purda es pobri koitadi limaria...”

Final da estória, o Teofilo com compaixão, aceitou o pedido da velha senhora, e lá retransformou, o Alto Dirigente na figura humana...”
Esta estória, é do tempo que anda e, faz barulho, e vou escutando-o com muito gosto quando levo a mão ao peito, em gesto de quem ouve um hino com amor. Marcou-me as estórias do Teofilo, e é o postal que trago guardado, dos primeiros momentos da dita reconstrução nacional. A nossa famosa época pós-independência, porque a sua força descorreu os quatro cantos da Guiné. A única divergência que suscitou discussão, e ainda agora suscita nos “Kanais” que agora se transformaram em “bankadas” é o local da acção. O onde? Muitos dividiram para o lado, de que tudo se passou, a frente da “Mãe d’água” ou “Rotunda de Gasolina” enquanto outros afirmam que tudo se passou na esquina do Salão “Terceiro Congresso” junto a uma “riáda” ou descida. Verdadeira ou não (acredite se quiser) leitor, esta estória me acompanhou e vai acompanhando pelo resto da vida. Depois de ter lido então o livro “O triunfo dos Porcos” então ficou ainda mais guardado numa das gavetas de cima, da minha memória. Onde tenho guardado todos os recortes do “Jornal di Tabanka”.

Quem da minha geração não se lembra das estórias do “Quemo Mané e o carro carocha” ou “Meu nome é director-geral de Malam Djino Mané” ou ainda “A bofetada do ministro Manuel Saturnino, a uma catorzinha” e mais, a melhor de todas “ Nino Vieira padrinho de boneca.” Grandes títulos, do único jornal guineense, que vai sobrevivendo a tudo e a todos como diria um grande amigo, na terra de Literatura Oral. E se um dia se fizer um concurso promovido pelo “Jornal di Tabanka”, em que se teria de escolher “O maior guineenses” e me fosse dado a oportunidade de escolher numa lista de “Os grandes guineenses” personagens que mercaram a nossa jovem História pós, com frases do tipo:

Amilcar Cabral o herói ou revolucionário.

Rainha Pampa a corajosa ou emancipadora

Ciro o fintador ou o jogador

Galan o nobero ou o sonhador

Teofilo o mago ou o libertador

Escolheria sem margem para dúvida e, sem pensar duas vezes, o mago Teofilo. Porque com os poderes que lhe são atribuído, nesta altura estariam a viver mais Limarias do que pessoas, na Guiné.

Por estas e por outras sem entrar nos preceitos morais, nem querer julgar ninguém, mas imagino por vezes, se Amilcar Cabral, tivesse metade dos poderes do mago Teofilo. A Guiné de certeza seria outra. Embora se possa, hoje escrever e contar muita coisa sobre ele, faltou-lhe ser mago. Porque espreitando para trinta e quatro anos pós-independência, e analisando a sua saga, de lutar para a minha independência e de mais guineenses. Vejo Congressos tipo Kassaca manchados de sangue. Ele mesmo ficou pelo caminho, do labirinto que criou e teve a sorte, pois salvou-se de levar de certeza com um Golpe de Estado, de ver, o desmembramento entre a Guiné e Cabo-Verde e, o pior do partido que criou ser derrotado por uma personagem como Koumba Yala, que escreve esboços em forma de livro de filosofia para provar a sua demencia, e teve até direito de ter, um primeiro-ministro que encarnou o próprio Koumba vivinho da silva. Mais, não estou a ver, o Amilcar Cabral, a ser presidente de um Narcó-Estado, de um país onde tanto se falou de Agricultura que o no espaço dito celeiro, no Sul do país, as pessoas passaram fome no ano passado, nas escolas os miúdos, estão viciados em passagens administrativas, cumprindo a letra a celebre frase por ele deixado “os que sabem devem ensinar os que não sabem”.

País onde se tivesse recorrido a guerra, hoje, como vez no passado, um médico não teria condições de tirar uma bala sequer, pelas miseráveis condições que está a nossa Saúde, onde o orçamento da presidência, quase que duplica a soma que é posta a disposição para este sector chave e vital de qualquer país onde não aja Limarias como maioria. Perdoo o Amilcar Cabral, só por uma razão por não ter sido mago, como o Teofilo. Só por isso caro leitor. Porque de resto, se fosse realmente mago, não escreveria numa das autobiografias que Nino Vieira entre todos os jovens combatentes era responsável e nutria mais sentido de liderança.

É essa a noção que tenho do legado que me foi deixado, pelo saudoso líder, da nossa jovem História. Hoje com trinta e quatro anos vividos, sou da geração pós-indepedência, com muito gosto.


Os (10+1) grandes erros da Humanidade...

Os (10+1) grandes erros da Humanidade...

Começo por felicita-los, pela nova abrangência que tentam imprimir ao levantar questões clássicos da história da Humanidade, aliás bem evidente na nota introdutória da crónica em questão. Parabéns, porque também se denota que questionam numa outra perspectiva “...como se explica que os anais da humanidade estejam escrito a sangue de vítimas inocentes?” Isto tudo para dizer ou melhor escrever em duas frases que não desgostei da crónica e felicito-os por esta nova revista.
A grande questão e o motivo humilde desta mensagem é tão só questiona-los em relação ao que considero, desastrada cegueira, post factum, que persiste em relação a uma das paginas mais vã e cruel da história da Humanidade que foi a Escravatura. Só a titulo de exemplo faz com que o Brasil seja o segundo país com maior número de população negra sendo ultrapassado só por um país do continente africano neste caso a Nigéria. Vem isto a propósito pela opção que tomei, para formular as seguintes questões ao cronista dos 10 grandes erros da Humanidade; aqui vai:

Será que a Escravatura não foi um dos decadentes roles de Erros da Humanidade?
Será que a par da Inquisição o tráfico negreiro no Atlântico não é uma mancha na História da Humanidade?
Será que é menos doloroso do que Holocausto aquilo que hoje se vive na “terra prometida”?

Cada vez tenho menos dúvidas(se aceitar a minha opinião) que a solução mais cómoda por vezes quando se abordam questões como erros e pecados, seja a de tentar apagar ou melhor branquear com casos outros também atrozes, como é o caso do 4º Grande Erro da Humanidade segundo a vossa crónica que foi o Apartheid que considera aliás como “ A nova inquisição”...
Termino esta pequena mensagem sugerindo humildemente que para além dos dez erros se possa acrescentar mais um, e neste caso seria a Escravatura e, se me permite a “liberdade” o número onze não fica atrás do dez em termos de estética!
Crítica feita a revista, Prespestiva editada em Junho...

quinta-feira, 20 de setembro de 2007

Discriminação Kamufladado...


Discriminação Kamufladado...



Until the philosophy which hold one race

Superior and another inferioris

finally and permanently discredited and abandoned

Everywhere is war, me say war.

That until there are no longer first classand second class

citizens af any nation

Until the color of a man's skin

is of no more significance than the color of his eyes

Me say war.
Musica (War)
Bob Marley

Começo por afirmar, que considero que levei muito tempo a reagir. Fui tendo aquelas confrontações, que varias vezes me assaltam quando denoto e vejo situações discriminatórias em Portugal. Foi perante a dualidade destas reacções que me vão acompanhando no meu “living in Portugal” que é o “deixar estar” e “não deixe estar” que ontem por um a caso ouvi no rádio o lendário músico jamaicano Bob Marley com esta canção que tomei a liberdade de escrever dois estrofes na abertura desta minha humilde opinião...War...

Tenho acompanhado com religiosidade o vosso apontamento semanal, as razões dessa fidelidade prende-se, fundamentalmente por ter em mãos a responsabilidade de “educar” e “orienta” o crescimento de dois rapazes que são os meus filhos(Remna(3 anos) e Heric( 9 meses)...

E foi com algum espanto e, insatisfação, que dei conta que na vossa rubrica desta semana, ao falar da discriminação omitiram a racial(sem minimizar ou menosprezar as que foram abordados) num Portugal do século XXI com características cada vez mais acentuado, de um país de acolhimento e multicultural...

Se me permitem, na minha perspectiva perdeu-se, uma boa oportunidade de abordar e confrontar a população portuguesa, com uma duas questões de extrema relevância, a diversidade e a tolerância que deve existir para que se consolide uma sociedade cada vez mais aberta e saudável...Tratando-se sobretudo de crianças essa oportunidade é a dobrar, visto até que uma das crianças intervenientes nas questões, falou sobre o assunto, e da parte das respostas e aconselhamentos não houve nenhum feedback...

Que Deus, Alá, Buda e etc... continue abençoar, as crianças de todo o Mundo, e aproveito para partilhar, com a vossa opinião, de que são os seres mais amáveis e dóceis desta aldeia global, quando bem “regadas” e “orientadas”...

Aproveito no entanto para agradecer o tempo que foi doado por quem teve a amabilidade de ler esta humilde opinião...O meu obrigado...


Artigo escrito para o site do programa da TV SIC "Livro de Reclamações"

sexta-feira, 6 de julho de 2007

Há do verbo Haver...No mundo do Zé e do Salazar...


Encontro hoje um motivo de testemunhar aqui, entre estas palavras que compõem a escrita, e quem me começa a ler até este ponto e,(;) foi sempre com grande dificuldade minha perceber este verbo। O haver। Disseram-me ao aprender os ditames da língua, que era um composto। Sim composto e, não para além disso como explicação para confessar a minha fraca aptidão e gosto pela gramática(pura matemática) lembrei-me agora da minha professora da 4ª classe। Ela dizia o há do faz parte do verbo haver pelo composto...
Isto tudo vem a baila porque quis a minha humilde opinião comparar o slogan "Houvesse mais Zés havia menos Bragaparques" com esta “Houvesse mais Zés havia menos Salazares” ... Compondo pela via da matemática, imagina o leitor que havendo 10(dez) Zés, e 6(seia) Salazares, o resultado comparativo pelos ditames dos números mais (+) Zés do que Salazares...
Portanto aqui o resultado apenas não se pode contar só pelo refúgios dos números mas pelo facto de que se houvessem mais Zés claro que Lisboa teria Feira Popular, para os pequenos brincarem e os grandes de passagem por Lisboa comer umas sardinhadas...
Não é toda a hora, do verbo haver, que existe condições e oportunidade para viajar para Portugal...E o verbo vir entra na estória porque depois da Cimeira Europa-Brasil em que um dos temas era legalizar os cerca de 40 mil brasileiros ilegais o um outro Zé(primeiro-ministro) colou-se mais junto a teorias do Salazar para dizer o redondo NÃO ao presidente Lula...Resta por isso pedir como os Kussundulola pediram a uns tempos atrás...
Oh, Kota Zé legaliza lá o rapaz...
“Houvesse mais Zés havia menos Salazares”